Pizzolato cogitou forjar morte para fugir da prisão
O ex-diretor marketing do Banco do Brasil (BB), Henrique Pizzolato,
pensou em simular a própria morte para não ir para a prisão caso fosse
condenado pela Justiça Brasileira. No livro “Pizzolato – Não Existe
Plano Infalível”, que será lançado neste mês, a jornalista Fernanda
Odilla conta os bastidores da captura do mensaleiro. Segundo ela, a
ideia de forjar a morte partiu de Alexandre Cesar Costa Teixeira, um
companheiro do acusado no BB também conhecido como “Terremoto”.
"Pizzolato, só tem um jeito: tu vai morrer", teria dito em abril de
2009, quando ainda não havia data marcada para o julgamento da Ação
Penal 470.
Três anos antes, Pizzolato já havia sido um dos principais alvos da
CPI dos Correios no Congresso Nacional. Mesmo assim, para Terremoto, era
preciso se preparar para fazer a família chorar sua morte e se afastar
de tudo e de todos, a fim de que ressuscitasse como clandestino. O plano
envolvia se esconder por 20 anos “em um canto qualquer do Brasil”, sem
falar com nenhum parente ou amigo, apenas com visitas semestrais da
mulher. Acompanhado de duas testemunhas, Pizzolato foi a um cartório
onde escreveu, em seu testamento, que não queria "velório, homenagem,
celebração nem missa de sétimo dia".
“A lista de pedidos do quinto item do testamento é ainda mais
extensa. Pizzolato não queria ‘nenhuma divulgação, comunicado ou anúncio
do seu falecimento’. E registra o motivo: ‘Pois não deseja que pessoas
fiquem tristes e enlutadas’”, diz o livro. Além disso, ele deveria ser
cremado "o mais rápido possível, e suas cinzas [...], jogadas no mar". O
plano, contudo, não foi levado à frente. Segundo o texto, Teixeira não
chegou a pensar como o grupo driblaria a burocracia para ter um atestado
de óbito que os permitisse simular a cremação.
Seis anos após registrar os desejos póstumos do amigo, o próprio
Terremoto teria admitido que a ideia foi “muito, muito louca”. Ao ter a
prisão decretada, Pizzolato fugiu para a Itália – onde também possui
cidadania –, mas acabou preso pela polícia local por utilizar o
passaporte de seu irmão, que estava realmente morto. Informações da
Folha de S. Paulo.
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