Jovem vende cajá ‘no grito’ em Teresina e viraliza na web: ‘falta mercadoria, mas não falta voz’
Um morador do bairro decidiu gravar um vídeo e publicá-lo nas redes sociais. O registro acabou viralizando e ganhou até versão com música do cantor Léo Magalhães.
Por Lucas Marreiros, G1 PI
Maria Eugênia Costa e Silva, 27 anos, ou Aninha, como é conhecida, aposta em uma estratégia um tanto diferente para vender cajá no bairro Poti Velho, na Zona Norte de Teresina. Aos gritos, ela anuncia a venda da fruta de sabor agridoce comum na época do verão. Um morador do bairro decidiu gravar um vídeo e publicá-lo nas redes sociais. O registro acabou viralizando e ganhou até versão com música do cantor Léo Magalhães.
Aninha é conhecida no bairro, onde ela e a família moram. “Já tem oito anos que eu vendo cajá. Eu saio caminhando essas ruas todas aqui. Sempre vendi gritando para chamar os clientes. Porque a gente só consegue cliente assim, gritando, chamando, para ver a mercadoria. E dá certo porque falta cajá para tanto cliente”, explicou a jovem.
A vendedora garante que não está exagerando quando diz, aos berros, que vende o melhor cajá do bairro. Ela anuncia também aos gritos o preço? 5 R$ o balde pequeno e R$ 10 o grande. “Eu não consigo nem vender para o bairro todo porque a qualidade é tão boa que não demoro muito tempo com a mercadoria. Às vezes, eu passo em uma rua e já vendo tudo”, contou Aninha.
A jovem ficou surpresa com a repercussão do vídeo. “Foi um amigo meu que na brincadeira pediu para gravar o vídeo quando eu estava passando. Eu jurava que não ia chegar a esse ponto. Aumentou até a clientela, agora está faltando cajá porque a safra está acabando”, afirmou.
O amigo que publicou o vídeo, Júlio César, agora é chamado de “empresário” pela vendedora. “É ele que me agencia agora. Se quiser marcar entrevista pode falar com ele”, disse ao G1. O autônomo a conhece desde criança e disse que resolveu gravar o vídeo na brincadeira. Ele ficou surpreso com o alcance que teve.
“Resolvi filmar e postar para ajudar a divulgar. Todo mundo curtiu. Eu soube que chegou ao Pará. Um amigo de lá e que já me visitou aqui reconheceu e me disse que está espalhando por lá”, disse Júlio César.
O "empresário" de Aninha também atesta a fama do produto vendido por ela. “Eu sempre compro na mão dela e realmente é o melhor cajá do Poti Velho”, destacou Júlio César. O autônomo quer dar uma força para a amiga, que vende o fruto colhido na casa de uma tia, e usa o dinheiro das vendas para viver e ajudar a sustentar três filhos.
Música
O vídeo da jovem vendendo cajá aos gritos foi compartilhado por páginas de humor e chegou a ganhar até uma versão com a canção “Oi”, do cantor Léo Magalhães, em que imagens do videoclipe da música são mescladas com as de Aninha gritando “cajá”. A jovem ficou orgulhosa da montagem. “Você já viu meu vídeo com a música do Léo Magalhães?”, perguntou.
Muita gente viu. Na página do Facebook em que a versão foi criada o vídeo já teve mais de 260 mil visualizações, cinco mil compartilhamentos e duas mil curtidas. “Espero que me ajude a vender ainda mais, porque eu preciso disso”, contou Aninha, esperançosa com o sucesso nas redes sociais.
Outras frutas
Como o cajá está acabando, Aninha já começou a expandir o negócio. “Agora estou vendendo acerola, mas também posso vender limão, peixe, o que botar para vender eu vendo”, garantiu. E o "empresário" dela já iniciou a divulgação da nova mercadoria em um novo vídeo com a marca registrada da vendedora.
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